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Sinopse

Rui Catalão

Mal de Ulisses

Setembro

2024

Estreia

Sex
13
Sáb
14

Sinopse

No primeiro ano em que trabalhei no projeto Mal de Ulisses, recolhi muitos depoimentos com histórias de vida de imigrantes. Centrei-me nas causas de terem abandonado os seus países, as suas famílias, de como chegaram a Portugal e o que lhes aconteceu desde então. Numa cena do filme Passarinhos e Passarões, de Pasolini, o comediante Totó encarna um frade franciscano obcecado por evangelizar as aves migratórias. Durante anos, imita-lhes o canto, procura aprender a sua linguagem, sem conseguir comunicar. Finalmente, apercebe-se de que os pássaros comunicam através dos movimentos. Este episódio foi o ponto de partida para a versão de Mal de Ulisses que trabalhei no Porto com três intérpretes vindos de três cantos do Brasil, e com Nickita, cabo-verdiana.
O escritor Joseph Roth disse dos emigrantes que “assimilam-se à nossa triste condição de vida não com demasiada lentidão, como se costuma apontar-lhes, mas com excessiva rapidez.” Nos ensaios, foram criadas diversas cenas onde se repetia sempre o mesmo protocolo: partindo de um gesto inaugural, os bailarinos tinham de gerar um vocabulário de movimentos comum a todos, por mais elementar que fosse. Só depois tinham liberdade para explorar aspetos mais individuais, que o grupo, por seu lado devia depois agregar ao coletivo.
Durante a escolha dos temas musicais, descobri um velho discos de cantos de pássaros do Brasil onde fiquei a saber da existência do pitiguari, também conhecido por “gente-de-fora-vem”, que deve o seu nome à fama de anunciar a chegada de forasteiros. Foi então que um acidente me obrigou a pensar nisto: como é que os pássaros voam, se partem uma pata? — Rui Catalão

migrações

realidade

demografia

© João Octávio Peixoto

© João Octávio Peixoto

© João Octávio Peixoto

Fotografia a cores. Um homem negro sentado no topo de um contentor marítimo com a cabeça voltada para o horizonte.

© João Octávio Peixoto

Info sobre horário e bilhetes

Sex

13.09

Sáb

14.09

Campo AlegreAuditório

bilhetes

Informação adicional

  • Preço 
    2.50€
  • Duração 
    1h
  • Classificação etária 
    A classificar pela CCE
  • Informação adicional
    Falado em português com legendas em português

Acessibilidades do espetáculo

Acessível a pessoas em cadeira de rodas
Texto
Legendagem

Texto biografia autores

Rui Catalão é dramaturgo e encenador. Assina documentários cénicos densamente coreografados, onde cruza crónicas do quotidiano com memória e identidade geracional. Para além de uma longa série de solos autobiográficos, que teve início em Dentro das palavras (2010), dirigiu um coletivo de intérpretes de origem africana, que representam as suas próprias narrativas de vida e da diáspora africana (três solos foram reunidos no livro Gente do vale, ed. Ghost). As suas últimas peças com este grupo foram: Ao abrigo da distância e Ivone!, dirigiu ainda outras peças em modelo de trabalho comunitário: Assembleia, Judite, Jornalismo Amadorismo Hipnotismo e Cortes. Adaptou ao teatro as personagens bíblicas Ester e Judite. Escreveu os argumentos cinematográficos de Morrer como um homem e O Capacete Dourado e é autor de monografias sobre a obra de Anne Teresa De Keersmaeker, Tiago Rodrigues, Ana Borralho e João Galante. Depois de uma carreira como jornalista, iniciou o seu trabalho artístico com o coreógrafo João Fiadeiro (1999-2003). Viveu e trabalhou na Roménia, onde integrou a emergente cena de dança contemporânea local (2005-2009). Escreve episodicamente para o jornal Público e assina uma crónica na revista GQ.

Ficha técnica

  • Interpretação por
    Nickita Bulú, Allian Fernando, Hewerthon Soares, Leo Tulipa

    Direção
    Rui Catalão

    Direção técnica
    João Chicó

    Assistência à criação
    Ana Rocha

  • Direção de produção
    Marta Moreira

    Produção
    Irreal

    Coprodução
    Teatro Municipal do Porto, Festival TODOS – Caminhada de Culturas, Futurama, Binaural Nodar, Teatro das Figuras, Fórum Cultural José Manuel Figueiredo/Centro de Experimentação Artística

    Apoios
    República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes, Fundação GDA

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